Raças portuguesas: Serra da Estrela

Cão da Serra da Estrela

Raça Portuguesa reconhecida pela FCI, classificação:

Grupo 2 – Cães de tipo Pinscher e Schnauzer, Molossóides, Cães de Montanha e Boieiros Suíços.

Secção 2.2 – Molossóides, tipo Montanha

Para mais informação sobre o estalão – Clube Português de Canicultura

O Cão da Serra da Estrela, sendo das raças caninas mais antigas da Península Ibérica, originada na idade média, fixou-se na região da Serra da Estrela, tornando-se um inseparável companheiro do pastor e guarda fiel do rebanho.

Cão de proteção de rebanhos por excelência, defende-o contra os predadores (especialmente lobos) e ladrões de gado. Não obstante, é um magnífico guarda de quintas e da casa, desconfiado perante os estranhos e tipicamente dócil com o seu dono. A sua desconfiança perante estranhos torna-o reservado e territorial sendo imprescindível socializá-lo desde pequeno, apresentando-o a todas as visitas. Sendo um mastim de tamanho grande (35 a 60 kg de peso e 62-73 cm de altura) é frequentemente também usado como cão de tração.

São animais independentes, no entanto os cuidados não são poucos.  Requerem muito exercício e espaço, e apesar de existirem em duas variedades de pêlo, comprido e curto, requerem escovagens regulares devido às várias camadas que o mesmo contém.

Estas duas variedades de pelagem, curta e comprida, surgiram das diferenças geográficas pois na região sul da Serra, onde se fazia sentir mais calor encontravam-se os exemplares de pelagem comprida (que protege a pele do calor) ao passo que, na região norte encontravam-se os de pelagem curta, pois evitava que o pêlo permanecesse húmido secando mais rapidamente.

Nos anos 60 e 70 do século XX, o número de Cães da Serra da Estrela foi-se reduzindo significativamente devido à diminuição da população de Lobos Ibéricos e ao aumento da desertificação do interior. Foi apenas graças ao trabalho de um conjunto de criadores que esta raça sobreviveu.

Devido ao seu ancestral, o Cão da Serra da Estrela é muito resistente às más condições climatéricas, adaptando-se perfeitamente à vida no exterior e suportando a ausência do dono, desde que não excessivamente prolongada, devido a ter sido criado para trabalhar sem a supervisão humana.

Têm uma esperança média de vida de 12 anos, comum para cães deste porte e em termos de temperamento é um óptimo cão de família, muito afectuoso com os seus donos e meigo com as crianças da casa.

Em termos de saúde, partilha da mesma tendência a doenças que acometem outras raças de grande porte, tal como, displasia da anca e cotovelo e torção do estômago:

– hoje em dia cada vez mais os criadores estão atentos às displasias e realizam os testes ao pais reprodutores e filhotes para evitar a transmissão desta patologia hereditária;

–  apesar de ser possível realizar uma cirurgia preventiva da torção do estômago, a melhor prevenção são os cuidados diários quanto à alimentação, evitando refeições muito grande de cada vez, proporcionando taças elevadas e não junto ao chão e evitando actividade física intensa logo após as refeições.

A alimentação deverá também ser de qualidade e equilibrada, de forma a evitar problemas de excesso de peso que apenas agravarão possíveis problemas articulares.

Sabia que…

O Cão da Serra da Estrela é a raça portuguesa mais reconhecida internacionalmente devido ao progressivo reconhecimento das suas aptidões e com mais registos actualmente no Clube Português de Canicultura.

No início do século passado a variedade de pêlo curto era a mais popular devido às menores exigências com o pêlo, no entanto, recentemente a variedade de pêlo comprido passou a ser mais procurada por ser considerada mais bonita. Isto levou a um decréscimo na percentagem dos cães de pêlo curto, representando actualmente apenas 10% da população total dos cães desta raça devido à selectividade por parte dos criadores.

Cláudia Ferreira – médica veterinária.

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